quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Segundo Resgate vs Programa Cautelar

A propósito do ‘pós-troika', temos ouvido falar muitas vezes em segundo resgate e programa cautelar como sendo a mesma coisa.
 
 
Não é. As consequências para Portugal são bem diferentes. Um segundo resgate significa que o actual programa negociado com a ‘troika' correu muito mal e que a República não terá quaisquer condições para se financiar nos mercados. Perante isso, Portugal teria que pedir mais dinheiro à ‘troika' ou um perdão de dívida. Nenhuma das hipóteses é boa. Um perdão de dívida isolado transforma Portugal num Estado pária para os investidores.
E também é difícil que os países do Norte da Europa estejam dispostos a dar mais dinheiro a Portugal sem exigirem medidas de austeridade bastante mais duras. Por isto, o País deve fazer um esforço para reunir as condições necessárias para ter um programa cautelar. Este programa é uma rede de segurança que garante financiamento à República caso o regresso aos mercados seja feito com taxas de juro demasiado elevadas.
Ou seja, incomportáveis. Obviamente que o Banco Central Europeu e as instituições europeias vão exigir contrapartidas mas mais leves do que um segundo resgate. Seja como for, no ‘pós-troika' continuará a existir austeridade e dependência face à ajuda externa. Porém, devemos todos fazer um esforço para que Portugal vá recuperando, ainda que lentamente, a sua independência financeira. E exigir que os políticos não estraguem tudo com birras e egos desmedidos.
 
 
 
 
Texto retirado de Diário Económico
 
 
 
 
 
 
Imagem nº 1 - Portugal tem de evitar um segundo resgate...